Usvyat lidera uma equipa multidisciplinar de epidemiologistas, cientistas de computação, engenheiros e farmacologistas da Fresenius Medical Care. “O papel da minha equipa é apresentar soluções inovadoras, baseadas nos dados, para toda a nossa organização”. “Procuramos padrões nos nossos dados que possamos traduzir em perceções úteis e práticas para a equipa médica”. Os especialistas em big data utilizam algoritmos de computação para descrever e prever o percurso da doença renal e mudar a sua direção para melhor. Os especialistas descrevem três abordagens diferentes como análises descritivas, preditivas e prescritivas.
A equipa de Usvyat tem possibilidade de trabalhar sobre um vasto conjunto de dados: a Fresenius Medical Care tem acesso a dados de todo o mundo, conta com mais de 1.9 milhões de doentes em diálise, 1.7 biliões de testes de laboratório e 500 milhões de tratamentos de diálise. No entanto, os cientistas de dados analisam não apenas os dados tradicionais de saúde, mas também muitas outras informações, como previsões do tempo, dados demográficos e tráfego de dados. “Pode não parecer a princípio, mas todos esses dados podem ser valiosos”, diz Usvyat. Os computadores procuram conjuntos de dados dispersos à procura de padrões recorrentes, discrepâncias acentuadas ou correlações até então desconhecidas.
Mas os dados não são úteis apenas para previsões clínicas, ajudam também em questões organizacionais: por exemplo, o tráfego de dados pode ser utilizado para melhorar o planeamento dos turnos de tratamento e as visitas domiciliárias, e os analistas podem utilizar os dados meteorológicos para identificar doentes que provavelmente não comparecerão à próxima consulta devido às condições climatéricas adversas na sua área de residência. Os dados sobre a situação de vida de um doente também podem ser utilizados para estabelecer se a diálise em casa pode ser uma opção de tratamento razoável.
Até agora, a equipa de Usvyat trabalhou principalmente com dados da América do Norte. Mas abordagens semelhantes são utilizadas noutros países, incluindo a Ásia-Pacífico e a Europa, bem como outras funções da Fresenius Medical Care, como a Investigação e Desenvolvimento Global e Produção, Qualidade e Fornecimento Global.
O Global Medical Office (GMO) foi criado para pôr em contacto especialistas e projetos de investigação em todo o mundo, com o objetivo de permitir uma maior proximidade e colaboração entre países, indo além das fronteiras nacionais; permitindo que aprendam uns com os outros e, desta forma, impulsionem conjuntamente a inovação clínica e a traduzam em aplicações práticas reais. “Isto faz com que existam novas e promissoras oportunidades para todos”. A sua equipa faz parte do GMO.
O GMO é chefiado por Franklin W. Maddux, MD, que há muitos anos é Diretor Médico da Fresenius Medical Care na América do Norte. Foi nomeado para o Conselho de Administração como Diretor Médico Global no início de 2020. A inclusão desta posição no Conselho de Administração destaca o entendimento da Fresenius Medical Care no que respeita à ciência médica ao nível global, como um fator chave para o sucesso. O campo de atividade da GMO vai muito além da utilização da análise avança de dados e do big data em diálise - por exemplo, os especialistas também analisaram o potencial de cura da medicina regenerativa e o desenvolvimento clínico de medicamentos eficazes para os doentes renais. Pretendem utilizar o conhecimento e a experiência adquiridos com a investigação clínica em todo o mundo de forma mais eficaz. Em última análise, o objetivo é alcançar o melhor resultado de tratamento possível para o doente.
“Em relação ao big data, significa acima de tudo uma situação altamente complexa no que diz respeito à disponibilidade de dados”, acrescenta. Os dados de saúde e as informações demográficas são recolhidos, estruturados e organizados de forma diferente em cada país. Além disso, a equipa deve considerar vários requisitos legais ao trabalhar em projetos internacionais.